segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Ruínas

Hoje faz 16 meses desde que você se foi e eu me recuso a lembrar de qualquer coisa que me remeta a você. Odeio que meu corpo ainda lembra de ti, de cada toque que deixou por entre minha pele, de cada carinho enroscado em meu cabelo, de que cada toque suave da sua respiração ofegante em meu colo. Odeio saber que por mais que o tempo tenha passado e várias pessoas juntamente durante esse tempo, nenhuma sequer souber me tocar, nem afagar minha mão como você. Seu rosto ainda assombra cada sonho bom, cada pensamento agradável. Ainda escuto você sussurrar que sente minha falta, com aquele tom de sono do "bom dia" que me dava logo de manhã. Você foi como furacão, devastou tudo ao redor e fui a cidade em caos. É triste e inconstante a forma que o tempo passa e todo mês, dia após dia, hora pós, hora num círculo vicioso, uma estrada sem fim. É feito poeira, que disfarço jogando para de baixo do tapete, mas minha rinite insiste em me lembrar que ele ainda está lá. Mas a culpa é minha. Toda minha! Prometi que te amaria passasse o tempo que for e estou fazendo jus a ela. E quer saber de uma coisa? Você está mais vivo do que nunca em mim. Por mais que doa a sua ausência, o ardor do meu sentimento por você não me deixa te esquecer. Minha promessa a ti se perpetuará, pois, você sempre será o melhor verso da minha poesia, a melhor brisa de um dia lindo ou a melhor parte de mim. Você ainda tem tudo de mim e eu ainda estou em ruínas. 

Rafaela Brito