domingo, 28 de julho de 2013

Sentir

Meu verbo preferido é sentir.
Sentir.
Sentir o que não devia.
Sentir o que devia sentir.
Sentir o que me faz mal.
Sentir.
Sentir muito.
Sentir sem ter.
Sentir o que tenho.
Sentir o que perdi.
Sentir o que nunca tive.
Sentir o que ainda está por vir.
Sentir em excesso.
Sentir ao extremo.
Sentir.
Sentir falta.
Sentir agonia.
Sentir amor.
Sentir raiva.
Sentir dor.
Sentir, apenas sentir.
Meu verbo é sentir, e eu sinto, sinto muito.


Fher - Extinta

segunda-feira, 22 de julho de 2013

18 anos

Hoje eu faço 18 anos... Bem, fazer 18 anos é... Normal.
É como todas as outras idades esperadas. A gente cria expectativas monstruosas, conta dias, horas, minutos e segundos para a tão sonhada "data querida" e quando ela finalmente chega. Não acontece nada. Nenhum efeito especial, nenhuma mágica, nada revelador. Só o mesmo de ontem e anteontem. Mesmo assim, é fascinante. Diferentemente de como eu previa quando criança eu não tenho um carro, nem uma moto possante, muito menos minha casa própria,  não sou independente, não fui entrevistada pelo Jo Soares, não sou uma astronauta, nem fui pra Lua, agora sou obrigada a votar, posso beber, passo a responder pelos meus atos. Enfim, a maioridade nos obriga a criar um pouco mais de responsabilidade, não só particular, mas também social e encarar a realidade.
É engraçado passar a vida imaginando e esperando fazer 18 anos. Você espera que fogos te iluminem a meia noite, que tenha música repentina e talvez até o John Travolta dançando Stayin' Alive junto contigo, ou um musical do Grease.
Todos os nossos pensamentos acerca da tão sonhada maioridade vão um dia nos envergonhar, pois eu sei que daqui algum tempo, vou lembrar-me desse texto e pensar: "Que bosta! Ainda não inventaram carros voadores!".
Bom, sem me estender mais, deixo um aviso aos que não passaram por isso: não vai acontecer absolutamente nada! Você vai ficar mais velho e ganhar presentes, igual ano passado, ano retrasado...

Enfim, parabéns para mim! 

domingo, 14 de julho de 2013

Eu

Eu sou mesmo essa alma
errante, inquieta e perturbada.
Devastada pela vida,
apaixonada pela solidão.

Eu sou isso,
apenas isso,
nada mais.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Ciúmes

E as discussões se sucediam, sem pé nem cabeça. Mas ciúmes são cegos como o próprio amor. São sentimentos mesquinhos, minuciosos, não esquecem a insignificância dos mínimos segundos. As batidas do coração jamais deveriam se escravizar aos tiquetaques desencontrados de dois relógios diferentes. A verdade, porém, é que eram ambos loucos, um pelo outro, e seus corações acabavam por se entender, num ritmo comum de compreensão. E as hostilidades descansavam invariavelmente em beijinhos e mil perdões.

Chico Buarque

sábado, 6 de julho de 2013

Quem sou?

Queria ter a certeza do que sou e do que não sou, do que gosto e do que não gosto. Queria poder me reconhecer, poder olhar no espelho e ver que aquele reflexo é meu. Ter orgulho do que sou. Saber o que quero ser, e o que não quero. Mas eu não me conheço, não sei quem sou, e o que sou. Quero ser livre de mim, mas sem me deixar. Eu sou essa dúvida, eu sou a imprecisão, eu sou essa incerteza.
Quem eu sou? Eu... Nem eu mesmo sei. 
Quando eu me pergunto quem sou eu, sou o que pergunta ou o que não sabe a resposta?
Eu sou eu, eu sou o que você não é, eu sou o que ninguém sabe, eu sou essa interrogação.

Felicidade

A Felicidade passou por mim e eu não consegui agarra-lá. Ou seria apenas uma miragem? Nunca tive discernimento sobre o que é, e o que não é felicidade. A tristeza sempre embalou a minha vida. Nunca tive a sensação de tocar às nuvens. Eu sempre vivi no limbo. Eu sempre estive na fossa. Assim como os poetas do "Mal do Século", a ideia do suicídio me tumultuava a mente. Melancolia, Dor, Ódio e Morte, eram os temas dos rascunhos que eu mantinha enterrados na gaveta. A minha garganta vivia entalada. Eu não conseguia me expressar. Eu era um ser fragmentado. Eu era um erro. Passei a entender o por que de as crianças chorarem ao nascer. O mundo é uma porcaria. Minha vida havia se tornado "Uma Espera da Morte". Eu não encontrava saída em nada. Eu queria fugir. Eu queria sair de mim. Eu estava perdido.



Thomaz Torres