quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Alvo.

Hoje eu sei o que realmente fiz,
O que eu perdi.
Sei de todos meus planos
E de todos os danos
Que lhe causei.

Por muito tempo queria ser aquele passarinho,
Que cantava aquela música toda em um tom só.
De nota em nota,
Uma melodia que me lembrava o seu sorriso.

Você me fez sentir por completo,
Fez minha alma trepidar
E saber sobre o amor.

Amor que só dei pra ti,
Amor que guardei a vida toda em mim.

Tenho todos os sonhos aqui dentro.
Tenho você por completo e um pouquinho a mais.
Tenho também o som do seu andar,
Com passos desajeitados,
Leve como uma pluma,
Tão sutil como a forma que me olhava.

Hoje eu senti que de um jeito ou de outro a vida continua,
Que por mais que lhe entreguei minha vida
Ela já não é mais sua.

Eu guardei o gosto do seu beijo,
Guardei também meu desejo,
Guardei também o azul oceano dos teus olhos,
E o céu estrelado da tua boca.

Quem sabe um dia por ai,
Em um canto qualquer do mundo,
Levados ao acaso,
Eu te encontre e não sinta mais nada.

[...]

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Porta Aberta.

Hoje lembrei do teu cheiro,
Aquele perfume que ficou empreguinado
No canto esquerdo do meu travesseiro

Hoje me veio o som do teu riso,
Pela melodia esboçada
Na mancha de batom vermelho.

Tem dias que a dor a insuportável...
Tem dias que eu estou acostumada.

Ainda espero te ver voltar,
Pela mesma porta que disse adeus,
Pela mesma porta que um dia entrou
E lá morou.

Eu digo que quero esquecer,
Que não pretendo mais me envolver,
Mas a cada solstício
Meu desejo é você.

Cola no meu peito, amor.
Seja meu aconchego mais uma vez.

Faz de mim a constelação do seu olhar,
A música mais bonita da radio,
O calor da lareira no inverno.

Faz de mim teu sol, teu mundo, teu tudo.
Cuida da mim, e mais uma vez eu mudo.

E não se esqueça que
Deixei de correr para acompanhar teus passos lentos.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Odeio você

Odeio a forma que me tratava
Odeio a forma que me olhava quando estava em meus braços
Odeio seu jeito de arrumar o cabelo quando eu o desarrumava
Odeio a forma que sua mão deslizava pelo meu corpo

Odeio cada detalhe seu
cada gesto delicado e indelicado
Odeio a sua forma de olhar o mundo
sua ingenuidade de lidar com tudo

Odeio as feridas que me causou
Externas e internas
físicas e emocionais
todas incisas e cravadas em meu peito

Odeio o adeus que me deu
Odeio a forma que foi fácil para você
Odeio ter sido parte de sua mentira

Mas o que mais odeio sou eu
Odeio o fato de ainda te amar tanto
Odeio saber que esse sempre será meu pranto

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Nirvana

Parece que foi ontem que eu tinha você na minha frente e a ponta dos meus dedos mergulhavam no seu cabelo e acalmavam o resto do meu corpo com um simples cafuné.
O fundo do seus olhos tem uma verdade que me deixa naquele estado de espirito mais do que zen. Você supera nirvana ou qualquer outra interpretação de plenitude.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Esparadrapos

E se me perguntarem da falta que você me faz, eu vou negar, vou negar tudo o que foi para mim, vou negar cada palavra de amor. Vou apagar tudo o que eu ainda ouso sentir. Preciso tapar o arrombo em meu peito, mesmo que seja com remendos mal feitos. Fingir que sua existência foi apenas um sopro, daquelas que logo passou e nada mudou e me deixou... Em paz. 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Vermelho

Se a cor do amor é o vermelho, a rosa é de amor tingida. A moça quando passa batom vermelho é porque quer beijar com amor. O zero escrito em vermelho na prova, é declaração de amor da professora. A bochecha rosada da moça, foi por onde o amor passou feito brisa. As unhas pintadas de vermelho é o amor na ponta dos dedos. E o suéter vermelho? É abraço de amor. O sangue é amor que vazou da gente. Os olhos vermelhos são por ter chorado de amor e tudo onde tem vermelho é por onde o amor passou.

Docismo

375

Já é sexta feira, já se foram dez dias desde o começo do novo ano.
Novas promessas, novos compromissos, renovação...
Mas o mesmo eu.
O mesmo corte de cabelo, o mesmo rosto de sempre, o mesmo corpo nada escultural.
O mesmo erro.
De nada me resta todos os novos anos, nem o amanhã.
Sou o que restou de ontem, sou o pó.
Minha tristeza permanece absoluta, tão pouco, me resta sobreviver apenas.
Permaneço no fundo, no afogo d'alma.
Até que me reste apenas a escuridão eterna.