quinta-feira, 27 de junho de 2013

Menina


Nunca fui um cara óbvio, e de certo, isso serviu para confundir muitas mentes que se atreveram a me notar. 
Sei que te notei, te tentei, te assustei, aquelas doses de vodka me fizeram perder a noção, e perder a memória também que não me deixa ter certeza sobre o que aconteceu. 
E aí num outro dia te vi novamente. Nessas horas, costumo rir por dentro e ser sério por fora. E eu estava sério. Mas dessa vez, mal te olhei. O interesse parecia não existir. Eu estava nulo. Você me deixou nulo.
Desde então, passei a não te notar. Meu cérebro, esse cara esperto, aprendeu. Não leve a menina em consideração. Ela é só um branco, que nada significa. O branco da sua pele, refletindo na minha consciência.
É menina, eu não te levava em consideração. E pra ser sincero, te levava à mal. Sem nem te conhecer.
O destino costuma pregar peças na minha vida. Eis que ele, senhor destino, astuto e traiçoeiro, faz eu te notar. Me obrigou. Te escancarou às minhas vistas.
Penso que você, menina, poderia ter se sentido como Lily Braun, pois confesso, eu era o cara te comendo com os olhos de comer fotografia.
E então você disse cheese, mas sem perder a pose.
A pose quem perdeu foi eu.
E sem destilados, perdi a noção, e desejei o teu lado!
Confesso, desejei até algo mais. Algo como esse teu sorriso ensaiado, e esse olhar que sem querer, me tragou.
E eu, um cara sensato, dissimulado, jogando tudo pro alto ao pensar:
"- Eu passaria noites acordado só pra te ver dormir, me fingiria de burro, pra você sobressair."





Charlie&cigarette

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