O que eu te amo
já atravessou a fronteira da tua pele
pela fresta na pupila
e foi matar a sede na tua foz,
lamber-lhe o sumo
que, corpo afora diluído
em só aromas em que te esvais,
ou timbres de voz,
ou charme nos meneios corporais,
funda cultos e suicídios.
já atravessou a fronteira da tua pele
pela fresta na pupila
e foi matar a sede na tua foz,
lamber-lhe o sumo
que, corpo afora diluído
em só aromas em que te esvais,
ou timbres de voz,
ou charme nos meneios corporais,
funda cultos e suicídios.
E o sabor lambido
desprograma as camadas todas
que me constituem
em cada vez menos carne ou crença ou tudo
a restar só um halo mudo,
tão ínfimo que, enfim,
sou eu em mim,
ou quase,
meu algoritmo base.
desprograma as camadas todas
que me constituem
em cada vez menos carne ou crença ou tudo
a restar só um halo mudo,
tão ínfimo que, enfim,
sou eu em mim,
ou quase,
meu algoritmo base.
O que eu te amo não tem nada em volta,
não tem corpo,
não tem volta
e é tão mínimo quanto o que vi de onde tudo vem:
Bóson de nosso permanente Big Bang!
não tem corpo,
não tem volta
e é tão mínimo quanto o que vi de onde tudo vem:
Bóson de nosso permanente Big Bang!
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